Conclusão da Ferrovia Norte-Sul potencializa agronegócio brasileiro

Inauguração de terminal em Rio Verde marca o término das obras da Ferrovia Norte-Sul, fortalecendo a conectividade de estados agrícolas ao litoral e aumentando a competitividade na exportação de commoditie

Nesta sexta-feira (16), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estará em Rio Verde para a inauguração do terminal da Rumo, uma concessionária da Ferrovia Norte-Sul. Esta cidade goiana é um importante centro do agronegócio na região Centro-Oeste.

A inauguração celebra a finalização da ferrovia, um projeto essencial para o transporte sobre trilhos brasileiro, que interliga os portos de Itaqui, em Maranhão, e Santos, em São Paulo. A construção, que começou na segunda metade dos anos 1980, alcança 2.257 km, cruzando quatro regiões.

Com a finalização deste projeto, Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais – três estados com alta produção de commodities como soja, milho e algodão – terão uma rota de acesso ao mar para seus produtos. Isso dará a eles maior competitividade ao exportar, seja pelo litoral Sudeste ou Norte do país. O resultado direto será o desenvolvimento e a criação de empregos ao longo do novo corredor logístico, afirma o governo federal em comunicado.

A cerimônia em Rio Verde está agendada para as 10h30. Além de Lula, também comparecerão o ministro dos Transportes, Renan Filho, outras autoridades federais, estaduais e municipais e representantes da Rumo, a empresa responsável pelo terminal.

Iniciada em 1986, a Ferrovia Norte-Sul teve um progresso lento nas primeiras décadas e ganhou força a partir de 2007, com investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) durante o segundo mandato de Lula. Nesse período, o trecho entre Açailândia, no Maranhão, e Porto Nacional, no Tocantins, foi concedido à VLI Logística para operação. A Rumo assumiu a gestão do ramo centro-sul da ferrovia, entre Porto Nacional e Estrela D’Oeste, em São Paulo, em um trecho de 1.537 km. Em São Paulo, a ferrovia conecta à Malha Paulista, que leva ao litoral.

Nos últimos quatro anos, a Rumo construiu três terminais em São Simão e Rio Verde, Goiás, e Iturama, Minas Gerais. A empresa investiu R$ 4 bilhões em obras de infraestrutura, terminais e material rodante, de acordo com o governo. Outras construções também foram necessárias para a conclusão da ferrovia, incluindo quatro pontes entre Goiás, São Paulo e Minas Gerais, centenas de quilômetros de trilhos e vários pátios, como o que interliga as Malhas Central e Paulista na cidade de Estrela D’Oeste.

Ainda que o transporte ferroviário tenha recebido investimentos que superam R$ 141,9 bilhões nas últimas décadas, segundo a Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), o setor representa cerca de 21,5% do transporte de carga no país, um percentual menor que o de países de grande extensão territorial como Rússia (81%), Canadá (34%), Estados Unidos (27%) e Austrália (55%).

Segundo a ANTF, em 2021, mais de 93% do minério de ferro exportado foi transportado para os portos brasileiros por meio de ferrovias. Além disso, o transporte ferroviário é responsável por mais de 49% dos grãos agrícolas sólidos exportados. No caso do açúcar, essa cifra chega a quase 53%. No transporte de milho, a ferrovia é responsável pelo escoamento de 58% da produção e, para o complexo de soja (soja e farelo), mais de 46% do volume exportado. A conclusão da Ferrovia Norte-Sul, portanto, tem potencial para fortalecer ainda mais esses números.

Crédito da foto: Divulgação/ppi.gov.br

Edição do Anexo 6: Sérgio Botêlho, com informações da Agência Brasil

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