Principal desafio é nortear a escolha pelo equilíbrio, optando por um nome capaz de evitar tendência de criminalização da atividade política

Para a próxima semana está reservada uma disputa de muito interesse para a Câmara dos Deputados. É que a Casa indicará representante para assumir vaga no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
Na pauta dos parlamentares, o empenho em escolher um nome que não represente um acréscimo de corporativismo ao órgão que supervisiona as atividades do MP. As lembranças dos excessos da lava-jato são suficientes para a preocupação.
“Não se trata de tolher a autonomia do Parquet em suas atividades de investigação, mas de cuidar para que excessos corporativistas sejam evitados, principalmente no que diz respeito à nociva criminalização da política”, comentou um deputado.
Essa situação revela a complexidade e a necessidade de equilíbrio na seleção do novo membro para o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Nesse sentido, a Câmara trabalha para indicar alguém que possa cumprir essas expectativas.
Aliás, essa é uma preocupação do próprio presidente da Casa, Arthur Lira, que até já defendeu a criação de um código de ética do Ministério Público para combater desvios de promotores e procuradores.
Nesse sentido, cresce o nome de Ana Luísa Marcondes, que tem tudo para atender a essa expectativa parlamentar. Em tempos da lava-jato, acabou perdendo cargo de chefia no CNMP exatamente por seu vínculo com o poder legislativo.
Sobre o episódio ela limita o seu comentário em dizer que “a experiência fortaleceu ainda mais meu vínculo com o Legislativo, que me acolheu em um momento delicado”. Ela é servidora do Ministério Público, mas não membro da instituição.
Sobre essa vinculação com o Legislativo ela costuma ser assim, mesmo, enfática: “Sinto-me verdadeiramente pertencente à casa legislativa, e ser servidora do MP não é uma desvantagem, é uma vantagem que trago com orgulho”.
As chances da candidata, que também conta com apoios importantes na Frente Parlamentar Evangélica, onde tem fortes defensores, crescem ainda mais em virtude de não estar respondendo a nenhuma investigação que se refira a possíveis improbidades, o que representaria verdadeiramente um problema.
Portanto, numa campanha com três candidaturas postas, a de Ana Luísa Marcondes aparece com grandes possibilidades de vitória, justamente por essa ligação com o Legislativo.
Afinal de contas, a vaga que disputará na próxima semana, segundo destacam seus defensores, não é da OAB nem de qualquer outra instituição. Mas, sim, da cota parlamentar, onde ela não esconde que senta praça e tem muita fé.