Tem início a série de depoimentos da CPMI do 8 de Janeiro: ex-diretor-geral da PRF será primeiro a depor

Senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora do inquérito, busca esclarecimentos sobre as ações da Polícia Rodoviária Federal durante as eleições de 2022 e o papel do ex-diretor Silvinei Vasques

Nesta terça-feira (20), a partir das 9h, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro iniciará uma sequência de depoimentos. O primeiro a prestar depoimento será o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, convocado a testemunhar após solicitação da senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da comissão.

A senadora pretende esclarecer detalhes sobre blitz realizadas em rodovias federais no dia do segundo turno das eleições majoritárias, 30 de outubro de 2022, especialmente na região Nordeste, onde a maioria dos eleitores do então candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva residem.

Na ocasião, surgiram relatos de que a PRF estaria interferindo no transporte público. No mesmo dia, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, intimou Vasques a cessar imediatamente as operações da corporação relacionadas ao transporte de eleitores.

Além disso, a senadora Gama procura esclarecimentos sobre eventos ocorridos em dezembro de 2022. Vasques, investigado por improbidade administrativa por supostamente solicitar votos para o então presidente Jair Bolsonaro através de uma rede social, se aposentou no fim do mesmo ano, depois de liderar a PRF desde abril de 2021.

Na terça-feira, a CPMI também pretende avaliar 21 requerimentos. Entre eles, destaca-se a convocação do ex-ministro-chefe do GSI, general Marco Edson Gonçalves Dias; do ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Saulo Moura da Cunha; e de Renato Martins Carrijo, perito da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), que fez o laudo do local onde um artefato explosivo foi encontrado perto do aeroporto de Brasília em 24 de dezembro.

Outros requerimentos solicitam ao STF todos os documentos, processos e inquéritos decorrentes das investigações dos eventos ocorridos no dia 8 de janeiro de 2023. Há também pedidos para que o Ministério Público Federal compartilhe informações sobre processos e investigações em andamento no STF e em instâncias inferiores.

No dia 13 de junho, a CPMI aprovou a convocação de 36 pessoas, muitas das quais integrantes do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Além de centenas de requerimentos pedindo informações e acesso a imagens, como as das câmeras de segurança dos palácios do Congresso Nacional, do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF), que foram brutalmente atacados no dia 8 de janeiro.

Entre os convocados estão personalidades como o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres; o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Bolsonaro; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno; e o ex-ministro da Defesa, Braga Netto.

Estes depoimentos e investigações fazem parte dos esforços da CPMI para examinar em profundidade os eventos e circunstâncias que cercam as ações da PRF durante as eleições de 2022 e os eventos tumultuosos do dia 8 de janeiro de 2023.

A senadora Gama ressaltou em sua justificativa que as atividades da comissão estão direcionadas para a “dissecação dos fatos que norteiam importantes datas, consubstanciadas em oitivas e requerimentos de informações”, dando assim, inicio a investigações de outros fatos mencionados no requerimento que fundamentou a criação da CPMI.

A série de depoimentos inicia com grandes expectativas, conforme a CPMI do 8 de Janeiro busca aprofundar a compreensão dos eventos que marcaram o período em questão e seus impactos na sociedade brasileira.

Crédito da foto: Pedro França/Agência Senado

Edição do Anexo 6: Sérgio Botêlho, com informações da Agência Senado

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