Apesar da reclassificação positiva, especialistas enfatizam a necessidade de reformas contínuas e crescimento econômico sustentado para superar os desafios fiscais do país
A agência de classificação de risco S&P Global Ratings elevou a perspectiva de rating do Brasil de estável para positiva nesta quarta-feira (14). Esta é a primeira vez desde 2019 que a empresa concede uma perspectiva positiva para o país.
A S&P também reafirmou o rating de crédito soberano do Brasil, um indicador que reflete a capacidade de um país honrar seus compromissos financeiros, em “BB-“. Essa classificação tem sido mantida pelo Brasil desde 2020.
A S&P citou o crescimento contínuo da economia brasileira e as expectativas positivas em torno do arcabouço fiscal do país como razões para sua decisão. De acordo com a agência, esses fatores podem levar a um endividamento governamental menor do que o esperado.
Apesar da melhora na perspectiva, a agência manteve a classificação do país em BB-, ressaltando que ainda há desafios a serem superados.
Em resposta à notícia, os mercados financeiros brasileiros reagiram positivamente. O Real fechou a quarta-feira em forte alta, com o dólar caindo para R$ 4,80. Isso representa uma queda significativa em relação aos níveis anteriores e indica uma confiança renovada na economia brasileira.
Enquanto isso, o Ibovespa, o principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, encerrou o dia em seu maior patamar desde outubro. Esse aumento foi impulsionado não apenas pela reclassificação da S&P, mas também pela decisão do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, de pausar seu ciclo de aperto monetário.
Embora o Fed tenha adotado uma comunicação firme e sinalizado para possíveis futuras altas nas taxas de juros, a decisão de pausar o aperto monetário por enquanto foi recebida de forma positiva pelos mercados globais.
A reação do mercado indica que os investidores estão começando a ter mais confiança na recuperação econômica do Brasil e na capacidade do país de lidar com seus desafios fiscais.
Os especialistas sugerem que, se o Brasil continuar a mostrar força econômica e progresso em suas reformas fiscais, é provável que outras agências de classificação de risco sigam o exemplo da S&P e melhorem suas perspectivas para o país.
No entanto, eles também alertam que o Brasil ainda tem desafios significativos a superar. As reformas fiscais precisam ser implementadas de maneira eficaz, e a economia deve continuar a crescer para garantir que a dívida governamental permaneça sob controle.
Em resumo, a decisão da S&P de elevar a perspectiva de rating do Brasil para positiva é um desenvolvimento bem-vindo e um reconhecimento do progresso que o país tem feito. No entanto, também é um lembrete dos desafios que ainda estão pela frente. Para que o Brasil consolide essa recuperação e alcance uma classificação mais alta, será crucial manter o foco nas reformas estruturais, garantir o crescimento econômico contínuo e lidar efetivamente com quaisquer desafios futuros.