Sérgio Botêlho – A exemplo do que aconteceu bem recentemente no Litoral Norte de São Paulo, as mudanças climáticas passaram ocupar de um jeito cada vez mais forte a parte mais trágica da vida humana na Terra
As mudanças climáticas têm sido um dos maiores e crescentes desafios enfrentados pela humanidade nos últimos tempos. À medida que o planeta aquece, o clima está se tornando mais extremo e imprevisível, afetando profundamente a vida das pessoas em todo o mundo.
Um dos efeitos mais visíveis das mudanças climáticas é o aumento da frequência e intensidade de eventos climáticos extremos, como ondas de calor, secas, enchentes e tempestades.
No Brasi, o exemplo mais recente é o do Litoral Norte de São Paulo, Uma inusitada frente fria vinda da Argentina se aliançou com o aquecimento da água do mar na altura das praias paulistas e o resultado foi uma tempestade recorde na história da região.
Ao fim e ao cabo, o que restou foram dezenas de mortes e centenas de pessoas desabrigadas. Afinal, são eventos que têm um impacto direto no cotidiano das pessoas. E, em um espectro mais amplo, quebram a produção de alimentos, a disponibilidade de água potável, o acesso à energia e à saúde pública.
Com efeito, a disponibilidade de água potável é uma dessas questões críticas que vem sendo acentuada pelas mudanças climáticas. Em uma escala universal, esses eventos têm resultado em secas prolongadas, e chuvas irregulares – como a de São Paulo – podem e estão reduzindo a quantidade e qualidade da água disponível para consumo humano.
O acesso à energia também vem sendo prejudicado pelas mudanças climáticas. Tempestades e inundações conseguem danificar infraestruturas de energia, como linhas de transmissão e postos de transformação, interrompendo o fornecimento de eletricidade para comunidades inteiras.
A saúde pública, já tão incipiente em várias partes do mundo, é outra área que está sendo comprometida pelas mudanças climáticas. O aumento da temperatura e da umidade pode criar condições ideais para a propagação de doenças transmitidas por mosquitos, como dengue, zika e malária.
Além disso, a poluição do ar causada por fontes de energia fósseis pode levar a problemas respiratórios e cardiovasculares, afetando a saúde de milhões de pessoas em todo o mundo. Assim como a mineração ilegal vem prejudicando irremediavelmente o meio ambiente em várias partes do mundo, como serve de exemplo a região amazônica.
É importante lembrar que as mudanças climáticas não afetam todas as pessoas da mesma forma. As comunidades mais pobres e marginalizadas são as mais vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas, devido à falta de acesso a recursos e infraestrutura. Isso pode levar a um aumento da desigualdade social e econômica em todo o mundo.
É importante enfatizar a necessidade de uma abordagem global para enfrentar as mudanças climáticas. Os acordos que vêm sendo buscados entre governos, como o de Paris, em 2015, são passos importantes em direção a essa meta, quando os países se comprometem a reduzir as emissões de gases de efeito estufa e limitar o aquecimento global. No entanto, a implementação desses compromissos tem sido lenta e desigual, e há uma necessidade urgente de ações mais ambiciosas e coordenadas.
Para enfrentar os desafios das mudanças climáticas, é necessário um esforço conjunto de todas as partes interessadas. Isso inclui governos, empresas, organizações da sociedade civil e indivíduos.
Nessa verdadeira guerra, cada um de nós pode fazer a sua mínima parte, que seja, desde a adoção de hábitos mais sustentáveis em nossas vidas diárias até a participação em ações coletivas para pressionar por mudanças políticas e econômicas mais ambiciosas.
Afinal de contas, como se vê, as mudanças climáticas estão molestando radicalmente o cotidiano das pessoas em todo o mundo. E, desse jeito, é mesmo crucial que todos trabalhemos de forma conjunta para mitigar os seus efeitos, dentro de uma abordagem global para enfrentar um desafio que também é global.
